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“FAZENDO” UM FÓSSIL PRA CHAMAR DE SEU

  • Thaís Marchioro
  • 1 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

Fóssil é uma coisa louca. Você está batendo e vendo umas pedras bem de boas e de repente tchram… tem uns bichos ou plantas que um dia foram vivos e que agora estão dentro da rocha. Mas como foram parar ai?!

Pois bem, quem explica toda essa bagunça é a TAFONOMIA, que estuda os processos de preservação e como eles afetam as informações no registro fossilífero. Possui duas subdivisões:

- bioestratinomia é referente a história sedimentar dos restos esqueletais, ou seja, tudo o que acontece desde a morte do organismo até o soterramento.

- Fossildiagênese são os processos físicos e químicos que alteram os restos esqueletais

Alguns autores ainda incluem a história de Soerguimento e cuidados/manuseio de coleta como parte da tafonomia.

Mas como surgem os fósseis?

São 6 passos de uma receitinha rápida (só alguns milhões de anos) e pronto!

Holz, M. (2002)

Ilustração das etapas tafonomicas. Holz (2002)

PASSO 1 - MORTE

É o inicio da história tafonomica, e dispensa apresentações, não é?! São reconhecidos dois tipos de morte, a morte seletiva ou natural afeta os indivíduos fracos e inexperientes, logo a população encontrada é de babys fósseis e idosos. Na morte não-seletiva tem uma população caótica composta por todo tipo de indivíduo, pois são decorrentes de catástrofes (tempestades, asfixia, etc). No CSI paleontológico você pode ainda determinar a causa mortis, podendo ser doença (sinais da doença nos ossos como sílifis), predação (marcas de dentes, perfurações) e acidentes (insetos em âmbar, lagos de asfalto).

PASSO 2 – NECRÓLISE

É a fase da decomposição dos tecidos moles. São processos químicos normalmente causados por bactérias, e a velocidade de decaimento do tecido mole determina o tempo que o organismo permanecerá articulado após a morte.

É, o papo está ficando meio tenso aqui! Mas esse é um processo muito importante pois influencia toda a história de preservação do organismo. São dois tipos de necrólise. A necrólise anaeróbica ocorre em ambientes sem oxigênio livre, como fundo de lagos, como tem baixa presença de necrófagos favorece a preservação do organismo mesmo quando não ocorre soterramento imediato. Os fósseis de Burgess Shale - o qual foi inspiração do nome do blog - é exemplo desse caso. Na necrólise aeróbica a presença dos gases podem causar a cristalização de espaços vazios (durante a diagênese) em invertebrados com conchas, flutuação de carcaças em vertebrados marinhos, por exemplo.

PASSO 3 - DESARTICULAÇÃO

É a separação da estrutura esquelética e ocorre a medida do que organismo vai decompondo . Quando o indivíduo é soterrado antes da necrólise completa o esqueleto é preservado praticamente inteiro e articulado, no caso contrário o organismo fica exposto as ações superficiais podendo ser fragmentado (ex: pisoteio), corroído (abrasão mecânica). A análise do grau de desarticulação dos elementos fornece dados sobre o período de exposição entre a morte e soterramento final. A desarticulação ocorre de modo diferente em invertebrados, vertebrados e plantas.

PASSO 4 – TRANSPORTE

Assim como sedimentos, os restos mortais de organismos em qualquer estado de desarticulação, podem ser transportados. Por exemplo, se um roedor morre no leio de um rio, os ossinhos menores, como falanges vão ser transportados pela correnteza para bem mais longe que os ossos da costela, ou o crânio que devido ao peso ficará praticamente no mesmo lugar da morte. A direção preferencial de conchas pode dizer qual é o sentido da corrente. Então pode-se concluir que o transporte em vertebrados, invertebrados e plantas dão diferentes informações mas em ambos quanto maior o grau de transporte mais sinais de fragmentação e abrasão serão encontrados.

PASSO 5 - SOTERRAMENTO

É a fase do enterro do organismo, pode ocorrer em qualquer uma das etapas citadas bem como com os indivíduos vivos resultando na morte não-seletiva ou catastrófica

PASSO 6 - DIAGÊNESE

É o processo que transforma os sedimentos em rocha através de mecanismos de cimentação e compactação. São processos físico-químicos que afetam os sedimentos e os restos orgânicos, estes sofrem processos de fossilização (discutido em outro post ). Os processos digenéticos podem causar modificações na morfologia deixando os fósseis distorcidos, achatados ou cisalhados, feições que obliteram ou destroem as características originais.

*Da morte a fossilização, assim nascem os fósseis (não necessariamente obedecendo todos os passos afinal não dá pra ser simples).

Imagem da internet

Imagem da internet

Referencias.

- HOLZ, M.; SIMÕES, M.G. - Elementos fundamentais de tafonomia - Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002

 
 
 

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