Não há lugar como nossa toca
- Renata Nemitz
- 10 de jun. de 2015
- 2 min de leitura
Dizem que quem casa quer casa... Nós te dizemos que quem era gigantesco no Pleistoceno também.

As paleotocas e as crotovinas são estruturas sedimentares, similares a túneis, produto de escavações feitar por paleo-vertebrados. Marcas de garras e impressões de carapaças permitem a identificação desses animais.
Essa aí do lado é um excelente exemplo. Fica no município de Cristal, no Rio Grande do Sul, e foi escavada no depósito de leque aluvial.
Possui um comprimento de 33 metros, largura em 0,70 e 2,13 metros e altura entre 0,55 e 1,18 metros.
A comparação entre as medidas e marcas encontradas sugerem que o morador dessa casinha aí foi um organismo fossorial, semelhante ao Propraopus - que foi o jeito bonito de apresentar esse tatu aí do lado do soldado.
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Propraopus (do Exército? )


Exemplos de marcas de garras (toca de Cristal, na esquerda) que ajudam na identificação das espécies responsáveis pelas escavações
Mas essas tocas não são exclusividades dos tatus gigantes, também foram produzidas por várias espécies da Megafauna do Pleistoceno / Holoceno. São espécies autóctones (hemisfério sul) da Megafauna que cavavam suas próprias casas:

Toxodonte - Richard Fariña

Macrauchenia sp.

An illustration of the largest known marsupial, Diprotodon optatum, from the pleistocene era.
De troco fica uma dica importantíssima... Não acredite em tudo que você encontra na internet.
“A paleotoca foi escavada por um Tatu gigante que ao encontrar com um lençol freático teve que se adaptar ao ambiente se tornando enfim um tatu aquático“.

Referência:
Francisco Sekiguchi C. Buchmann, Felipe Caron, Renato P. Lopes e Luiz J. Tomazelli.
TRAÇOS FÓSSEIS (PALEOTOCAS E CROTOVINAS) DA MEGAFAUNA EXTINTA NO
RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
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